quarta-feira, 6 de agosto de 2008

Termino aqui

Vocês já sabem o quê.

O João vem com C.S. Lewis pra cima de mim. C.S. Lewis chega a ser um bom autor, até, mas acho interessante como o João escolheu um texto em que ele apregoa um vago ceticismo político para contrastar com a minha série tão crédula que já recomendou o voto nulo duas vezes.

"Vote nulo" é o meu "Delenda Cartago". No restaurante, depois de pedir uma coca zero, sempre digo ao garçom: "Vote nulo, também, ok? tks". No banco, pago contas e peço ao caixa que vote nulo. Até depois de bom dia eu acrescento a tal fórmula. E C.S. Lewis, acreditando-se muito cético em política, me chama de intoxicado por defender que a política seja teorizável e demonstrável, mesmo sabendo que a vida das pessoas, das famílias, das cidades e nações não seja.

E é neste ponto que precisamos insistir, para salvaguardar tanto nossa teoria política quanto nossa vida pessoal. Certos democratas acreditam que a democracia consiste em que a vontade da maioria se traduza em lei. Como se diz na Torre de Marfim, a maioria gosta é de pão com merda - e de preferência com pouco pão. Dúvidas podem ser dirimidas aqui.

Minha alternativa, como já disse ao João, é o Regnum Christi. Que todos se convertam à Vera Cruz, e o problema político será o menor. Se isto acontecesse, até mesmo as piores estruturas políticas e econômicas passariam a funcionar e em tempo se alterariam para formas melhores.

"Ora, mas isto não é possível! Converter todas as pessoas? Toda uma população?"

Calma. É possível, sim. Basta você esquecer sua concepção de que uma religião é um clube, onde somente certo tipo de gente é bem vinda, e passar a aceitar uma religião que te aceitaria como você é.

"Como eu sou? Gostando de pornografia, mentiroso e preguiçoso?"

Meu amigo, isto não é você; estas coisas são carrapatos na sua casca. Arranque-os, lave-se, e você ficará sabendo quem é você, o quanto você vale e do que você é capaz.

A primeira necessidade será de se tratar melhor; ser melhor para você mesmo. Não se engane. O Cristianismo não tem nada a ver com se odiar, se aniquilar, etc. Santo Antão no deserto, sem comer, nem beber, estava fazendo um enorme bem a si mesmo - e quando Jesus nos diz que para segui-lo, devemos nos negar a nós mesmos, ele está pedindo para afirmar Jesus em nós; o que é vantagem pessoal.

Há, é verdade, dois tipos de amor de uma pessoa por si mesma, o que dificulta nosso entendimento. Posso desenvolver isto numa outra série de posts. Por agora, fiquemos com a certeza de que amar a si mesmo pode ser válido e bom, ou pode ser injusto e mau.

Depois disso, haverá a necessidade de tratar melhor as pessoas de sua casa. Seus pais e irmãos, seu cônjuge e filhos. Mas isso até os pagãos fazem! Então façamos melhor. Ame-mo-los, não segundo a carne, mas segundo seu espírito.

Quantas mães, "boas mães" na voz do mundo, providenciam para que seus filhos amados se alimentem, se agasalhem e estudem, mas esquecem de sua alma imortal? Quantas educam para que o filho tenha casa e carro, mas não para que ele possa ir para o céu?

Se até aí estivermos indo bem, será fácil amar também nossos vizinhos e compatriotas. Será perfeitamente possível trazer nossa contribuição para o bem comum, e será perfeitamente desejável usufruirmos juntos deste bem comum.

E numa sociedade onde o bem comum é o supremo objetivo material, pouco importa se temos uma monarquia, uma aristocracia ou uma democracia. Na verdade, embaixo desta máscara, tudo que temos é uma Teocracia; e um mundo onde já não se vê como ser governado por uma autoridade legitimamente exercida em nome de Deus pode ser melhor que o horroroso estado laico já não merece esta honra de ser governado em nome de Deus.

Um comentário pessoal: De todas as formas de governo, me parece que a superior é a Monarquia, pois é análoga ao Reino de Deus. E entre as formas econômicas, o feudalismo é superior por subentender lealdade e cooperação. No entanto, para o mundo moderno, é mais adequado o distributismo, isto é, o sistema econômico baseado no pequeno negócio, na pequena propriedade e na pequena fábrica. De fato, nenhum homem deveria ter fazendas do tamanho de estados; mas ainda pior é que muitos homens nem tenham cem metros quadrados para plantar alface.

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