quinta-feira, 14 de agosto de 2008

Um post que não merece ser lido

* Voltem para os posts abaixo e leiam-os novamente, repetidamente, para o fortalecimento de suas mentes e a edificação de suas almas. Neste post só encontrarão besteira. Olá.

* Esta semana estive em São Paulo para minhas primeiras aulas no mestrado. Chegando perto da universidade no carro de meu avô, e ouvindo-o dizer que estavamos na Ipiranga, notei que o cruzamento no qual estavamos parados, esperando a luz vermelha passar, era com a São João. Nada aconteceu com meu coração, mas fiquei curioso do que poderia ter de especial nesse cruzamento- as esquinas não tinham poesia concreta, mas tinham um Habib's e dois cinemas pornográficos. Acho que hoje entendo a cabeça do Caetano Veloso um pouquinho melhor.

* Mas eu brinco, São Paulo. Depois de ver quantos sebos existem naquela cidade, sinto uma vontade pequena e quieta- mas persistente- de quem sabe morar lá algum dia. Paulistanos, convençam-me por favor de que é uma má idéia.

* Li esta semana O Povo Brasileiro de Darcy Ribeiro (passei muito, muito tempo esperando em aeroportos), e (além de qualquer outra observação que um protestante branco, homem, heterossexual, burguês e opressor do povo e da história do povo poderia fazer) me surpreendi com o quanto Ribeiro se preocupa em pintar os brasileiros nativos com cores de bom selvagem. Ele condescentemente diz, num espaço de duas ou três frases (não consigo achar o livro para citar precisamente), que os tupis eram uma cultura fraturada, com um estado permanente de guerra entre as tribos na qual se praticava canibalismo ritual, mas eram muito solidários. Agora, não estou defendendo o projeto colonial português; foi uma escravização e devastação em massa, uma obra iníqua, imoral, e sangrenta. Mas para admitir isto não precisamos atribuir ao povo vencido virtudes que não tinha. Você pode- se achar isto uma virtude- dizer que não tinham um sistema de posse sobre a terra; pode dizer que respeitavam a natureza; pode dizer que não eram afligidos pelo materialismo que é nossa maldição. Mas você não pode chamá-los de solidários. Não uso a palavra muito, então posso estar enganado, mas não creio que exista uma definição de solidário que permite que você a use para descrever um povo que guerreia constantemente contra seus vizinhos, e come seus oponentes capturados. Se a palavra pode ser usada assim, eu posso dizer que Genghis Khan- este grande unificador dos mongóis, esta indefesa figura tão difamada pelos historiadores ocidentais que servem os interesses do capital- era um homem muito solidário, apesar de seu embaraçoso hábito (mal compreendido hoje devido aos nossos fatores culturais burgueses e nosso vazio puritanismo cristão) de invadir a China. Ou as palavras tem significado ou não tem. Ou eles estão unidos ou estão se matando e canibalizando.

* Tenho um post todo preparado em minha mente sobre a Queda, Caim e Abel, e o poema do Igor; mas isto vai ter que esperar até mais tarde. Aguardem.

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