A propósito do último post escrito pelo João, digo o seguinte. O problema do brasileiro — para além do fato de ele simplesmente ser brasileiro, e não inglês, por exemplo — é depositar todas as esperanças nas “autoridades”. Para todos os problemas que existem no mundo, o brasileiro espera uma “providência das autoridades”. Para acabar com a obesidade, ele espera do governo uma campanha contra as lanchonetes e uma outra contra os hambúrgueres; para acabar com o câncer de pulmão, uma campanha federal contra o cigarro e outra contra os comerciais de cowboys fumantes; para acabar com acidentes causados por motoristas embriagados, campanhas nacionais contra o álcool e ressalvas de moderação em cada propaganda; contra a violência, esperneiam pela atuação, mais uma vez, dela, a “autoridade competente” — a polícia, a parte uniformizada do crime organizado, só que sem organização; e o mesmo com o que se passa na TV, com a educação, e com tudo o mais. E quando nossos políticos finalmente aparecem com aqueles brilhantes projetos de lei, proibindo isso ou aquilo, o brasileiro, que tanto exigiu as tais medidas e etc., faz bico. De qualquer forma, e para todos os efeitos, deixo claro que, embora eu mesmo não tenha a mínima intenção de fazer algo a fim de mudar o que quer que seja (além de sentar-me diante de meu computador, escrever um texto entre indignado e melancólico, e publicá-lo em meu blog sem leitores), deixo claro que essa história de só ficar pelos cantos, reivindicando a ação dos governos, não pode acabar bem. É que cedo ou tarde os governos agem — para prejuízo nosso. Mas eu nunca sei do que falo. Ignorem-me.
quarta-feira, 23 de julho de 2008
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