Estava relendo este post do Nagel e realmente acredito que ele esteja correto ao dizer que "não há ligação alguma entre a minha crença na Trindade e meu desgosto por cigarros; entre minha esperança na ressurreição e meu desinteresse por cerveja". Sim, é verdade, mas é uma verdade que apenas a exceção aplica ou entende. Eu não culpo a mocinha achar que ele não sai pra balada por causa da igreja. A igreja se deu essa fama, e como dizer que não é assim? Qualquer "desculpa" que formos dar vai parecer exatamente isso, uma desculpa.
Comecei a pensar na minha identidade, em quem eu sou e como eu identifico. E eu sei que não é verdade, mas acredito que pra uma boa parte da população brasileira se eu disse que sou crente, vão pensar que no fim de semana eu uso terno e minha mãe usa saia o tempo todo. Se disser que sou evangélico, logo vão pensar que eu sou um tapado que dou dinheiro pra um pastor pilantra que chuta santinhas. Se eu disse que sou cristão a situação melhora um pouco, mas é bem provável que me liguem mais aos católicos que àquilo que realmente sou. Se eu disser que sou um "discípulo de Cristo", me sinto como um místico, similar a um "discípulo de Buda", ou um cara fugindo daquilo que realmente é, mas isso pode ser só preconceito meu. Eu me sentiria muito esquisito dizendo que sou um "discípulo de Cristo" pra alguém... Falha minha.
Daí vem a pergunta: eu deveria me importar? O que as pessoas pensam e concluem sobre mim é importante? Num primeiro momento eu penso "Não, que isso, eles que se danem, eu não posso me envergonhar do evangelho". Mas daí eu penso de novo... Eu não tenho vergonho do evangelho, mas tenho muita vergonha dos evangélicos, crentes e cristãos que existem por aí. Não porque eles erram em alguns pontos. Errar todos erramos. Mas por terem colocado na cabeça do mundo de que eles nunca erram. E agora, quem sou eu?
quarta-feira, 27 de agosto de 2008
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3 comentários:
Essa questão de identidade é sempre um ponto importante. Quando perguntado sobre minha linha de pensamento geralmente digo que sou cristão protestante e faço uns cinco milhões de ressalvas hehehe
eu penso exactamente o contrario. Eu gosto que as pessoas saibam quue a razao pela qual eu nao me mato com tabaco, alcool e drogas é porque ate ai a minha vida é influenciada por Cristo. Já dizia São Paulo que um dos frutos do Espírito é a temperança (ou domínio próprio como dizem algumas versões). A temperança aplica-se não so no caracter como ate mesmo na forma de comer, vestir e ate no meu entretenimento. Sou uma pessoa transformada por Cristo e como tal não perco meu tempo a ver programas degradantes na tv, nao como comidas que prejudiquem o meu corpo. Nao quer dizer que nao haja pessoas que tenham esses mesmos cuidados e nem sequer querem ouvir falar de Deus. Mas no meu caso, é porque acredito realmente que o meu corpo é um templo do Espirito Santo, que é uma dadiva de Deus, assim como é o meu tempo, e como qualquer presente deveser tratado com o respeito e carinho que temos pela pessoa que o ofereceu.
Uau!
Sinceramente... é bem por aí que vão meus pensamentos/críticas!
É muito complicado isso... porém, penso eu, que se nos desligarmos dos rótulos, cedo ou tarde as pessoas vão parar de nos ligar a eles. O problema é que a gente se desliga e depois se liga, quando convém.
Enfim, é um tema bem complexo esse da identidade. Existem N teorias a respeito e eu ainda estou procurando uma que eu possa concordar um pouco mais!
Saudações!
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