"Permaneceremos" pergunta São Paulo, "no pecado para que seja a graça mais abundante? De modo nenhum!" (Rom. 6:1) O motivo é óbvio. A graça abunda apenas quando há arrependimento genuíno, e como o demônio lógico tão corretamente observa (Inferno, xxvii, 118-120), não podemos simultaneamente praticar o pecado e o arrependimento, já que isto envolve uma contradição em termos.
A propósito, uma falácia similar persegue toda proposta engenhosa de "testar a eficácia da oração" ao (por exemplo) orar por certos pacientes em um hospital e deixar os outros pacientes sem oração, e ver qual dos grupos se recupera. Orações feitas neste espírito não são orações de modo algum, e é necessária uma ingenuidade singular para imaginar que a Onisciência Divina seria tão facilmente enganada.
-- Dorothy L. Sayers, em seu comentário do Purgatorio.
quarta-feira, 30 de julho de 2008
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3 comentários:
Peguei minha tradução em português do Inferno (aliás, tenho outra, mas ela foi ridiculamente traduzida como prosa, então quase me recuso sequer a reconhecê-la). Inferno canto 27, versos 118-120:
"Perdão só tem quem geme arrependido;
Pecado à penitência não se amanha,
Não pode aquele andar a esta unido."
Haja espírito de porco para uma experiência como a do segundo parágrafo.
Espírito de porco cientificista... Hehehehe!
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